sábado, 25 de dezembro de 2010

Segredos...

Palavra perigosa. Mas convenhamos, quem não guarda pelo menos um?
A maioria das pessoas são hipócritas, quando um esqueleto salta do armário de alguém ela se faz de santa, se mostra horrorizada, julga e ofende o outro. E são exatamente essas que tem os maiores "podres" submersos numa fossa de fingimento.

Mas afinal, porque escondemos certas coisas??

Simples... Nosso medo de ser condenado é tão grande que acabamos por cometer a burrada de fingir...

Ora, quem nunca escondeu algo que atire a primeira pedra!!!


Garotinha da Noite

sábado, 18 de dezembro de 2010

Conto- Rotina

São 2h00 da manhã. E eu caminho lentamente em direção ao mesmo bar de sempre. Com os mesmos bêbados de sempre, as mesmas prostitutas. Enfim, os mesmos condenados de sempre. E eu me sento na mesma mesa de sempre, com o mesmo uísque barato de sempre.
Não me leve a mal. Não é certo uma menina de 18 anos sair de casa de madrugada para beber. Mas quando não se tem alguém esperando por você, a noção de tempo, espaço e coisas apropriadas para a “sua idade” são perdidas. E naquele momento eu as estava mandando ao inferno.
Eu estava perdida em meus devaneios, preocupada com as contas a pagar e aquele chefe tarado filha da puta. Quando notei aqueles olhos.
O mundo parou... Só existiam aqueles olhos cinza e aquele sorriso de menino travesso caminhando na minha direção.
_Porque tão triste e sozinha minha pequena?
_Em primeiro lugar não sou “sua pequena”, na verdade sequer te conheço. E segundo isso simplesmente não é da sua conta!-Confesso às vezes minha boca tem vontade própria e eu acabo sendo rude, mesmo quando quero ser a mais doce das criaturas.
_Vejo que além de triste e sozinha também está enfezada - Disse-me ele ainda sorrindo_ Se você me acompanhasse eu poderia fazer você se sentir melhor.
_Você pensa mesmo que sou seduzível?
_Espero que sim! Vamos?- Ele me disse estendendo sua alva mão.
Meu instinto dizia para eu não me mover. Mas quando me dei por mim, estava saindo do mesmo bar de sempre com um estranho sorridente.
Chegamos a uma travessa escura- Aliás, como todas as travessas- onde havia um carro de luxo filmado, por sinal lindo, estacionado.
E lá estava “meu” estranho segurando a porta traseira para mim, como se eu fosse uma princesa. Sua princesa...
E mesmo sabendo que isso era errado e perigoso, entrei e me sentei. Crente que ele iria para o lugar do motorista. Mas não, ele se sentou ao meu lado ainda sorrindo.
Ele foi se aproximando cuidadosamente, e então eu vi... Aquele sorriso travesso se transformou em um esgar selvagem. E já era tarde demais para fugir.
Ele me segurou fortemente em seus braços, deixando meu pescoço exposto a sua loucura. De repente uma dor aguda, um flash de minha antiga e monótona vida.
Cada gole que ele sorvia sofregamente, era uma lágrima que escorria... Eu estava morrendo. E não havia nada que eu pudesse fazer.
Antes, morrer me parecia algo horrível... Mas eu estava enganada... A morte era doce, tranqüila e sedutora. Eu poderia passar a eternidade naquela doce entrega. Minha morte, sua vida. Uma troca injusta, mas ainda assim sublime.
_Minha pequena... Meu doce anjo. Você será minha pela eternidade... Apenas beba...
_Não- Eu sussurrei_ Deixe-me morrer em paz.
_Você não vai morrer hoje... Você não irá morrer nunca! Por favor, beba...
Não pude recusar àquele pedido sussurrante. E foi como se a vida voltasse a mim. Mas eu me sentia diferente, mais forte...Mais viva do que nunca...
São 2h00 da manhã. E eu caminho lentamente em direção ao mesmo bar de sempre. Com os mesmos bêbados de sempre, as mesmas prostitutas. Enfim, os mesmos condenados de sempre. E eu me sento na mesma mesa de sempre.
Logo notei aqueles olhos cinzas e aquele sorriso travesso em minha direção.
_Porque tão triste e sozinha minha pequena?
_É a vida! Estamos sempre sozinhos nessa cidade.
_Vejo que além de triste e sozinha está também amargurada- Disse-me ele ainda sorrindo- Se você me acompanhasse poderia fazer você se sentir melhor.
_Você pensa mesmo que sou seduzível?- Perguntei sorrindo.
_Espero que sim! Vamos?- Ele me disse estendendo sua alva mão.
Então eu o acompanhei. Dessa vez sem hesitações. Afinal... Eu era dele... Eu era sua pequena... E eu pertenceria a ele pela eternidade.
Meu pai... Meu irmão... E meu amante...


Fim



Escrevi esse conto já faz bastante tempo. Mas como ele até que está bom resolvi postá-lo^^


Garotinha da Noite

sábado, 4 de dezembro de 2010

O amor é brega. É louco. É angustiante.
É bagunçado. É doloroso. É estranho.
É ardente. É frio. É quente.

O amor é noite ensolarada.
É dia de Lua.
É estrada pro nada e doença sem cura.

O amor nos torna outros.
Nos deixa soltos.
Nos faz voar...

Mas sem tudo isso...
Qual o sentido de amar?



Garotinha da Noite


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A palavra escrita é mais fácil, menos incontestável. Não se corta um pensamento escrito, a explicação está logo abaixo no texto, não há necessidade de explicações precoces.
Um texto fala por si só.

Mas todo texto, toda frase é escrito para alguém. Ao bem da verdade, escrevo mais para mim mesma.
Vejo-me como outra pessoa. alguém que não eu.
Logo, escrevo para o eu que há em mim.

Escrevo porque minhas palavras não sabem o caminho para meus lábios. Ao contrário, mal se formam e já entram no enorme tobogã que as leva às minhas mãos. E a partir delas mancha-se a face branca do papel com coisas perdidas em mim.

Enfim, escrevo pra colocar pra fora o que vive em mim...

Garotinha da Noite