segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Um dia você aprende...

"Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"

William Shakespeare




No momento ler esse texto me fez bem, parece que ele diz exatamente o que precisamos ouvir...
O que seria do mundo sem os nossos grandes poetas?? Que mesmo depois de tanto tempo, ainda dizem com precisão cirúrgica o que passa em nossa alma...

Garotinha da Noite

domingo, 2 de janeiro de 2011

Há em mim uma sede de vida quase inocente...
Uma necessidade de amar e ser amada. Que é quase diariamente sufocada pelo tumulto tempestivo e corrosivo que escondo em meu interior.

Enquanto por fora sou um poço de serenidade, calma e docilidade...
Por dentro estou gritando e chorando desesperadamente...
Quem é esse estranho?
Que povoa minha mente, habita meus sonhos e me corrói a razão...

Quem é esse estranho?
Que surgiu de repente na minha vida como se fosse um oásis no deserto, e eu a criança perdida em busca de um lugar para chamar de lar...

Quem é esse estranho?
Que as vezes sabe mais de mim do que eu mesma. Que conhece os meus medos e sabe como me fazer esquece-los...

Quem é esse estranho?
Que quebrou todas as minhas regras. Que destruiu minhas muralhas como se as mesmas fossem de brinquedo. Que desvendou meus segredos num piscar de olhos..

Quem é esse estranho?
E como ele conseguiu num simples olhar fazer meu coração bater mais rápido, minha respiração parar e minha mente voar longe?

Ah
Como quero esse estranho...


Garotinha da Noite

Não, eu não levo jeito pra poetisa...
Pra ser poeta é preciso não ter medo de sofrer por amor. É preciso não ter medo de amar. É preciso procurar nas coisas mais singelas, a inspiração certa para traduzir suas dores e desamores da forma mais bela...

Não, eu não levo jeito pra poetisa...
Pois antes mesmo de aprender a amar, aprendi a desconfiar. Poetas apesar da certeza da dor, se entregam de corpo e alma ao amor. E eu, não consigo confiar nem em mim mesma...

Não, eu não levo jeito pra poetisa...
Pois ao contrário dos poetas, não quero dividir meus sentimentos com o mundo. Sou tão egoísta que receio-me até de o fazê-lo com este papel. Poetas enviam ao mundo seu interior através de palavras...

Não, eu não levo jeito pra poetisa...
Pois não há amor em minhas palavras, e mesmo a dor que nelas estampo, não vem de desencontros e desilusões...

Não, eu não levo jeito pra poetisa...
Pois assim terei que admitir meus amores e desamores, encontros e desencontros, ilusões e desilusões... Por isso continuo a escrever...

Não, eu não levo jeito pra poetisa....


Garotinha da Noite
A noite se aproxima suave e implacável
Trazendo com ela a lembrança de seus olhos
O doce som da sua voz...

Toda noite é sempre a mesma coisa
Eu te sinto...
Eu te chamo...
E no fim estou sozinha


Garotinha da Noite

sábado, 25 de dezembro de 2010

Segredos...

Palavra perigosa. Mas convenhamos, quem não guarda pelo menos um?
A maioria das pessoas são hipócritas, quando um esqueleto salta do armário de alguém ela se faz de santa, se mostra horrorizada, julga e ofende o outro. E são exatamente essas que tem os maiores "podres" submersos numa fossa de fingimento.

Mas afinal, porque escondemos certas coisas??

Simples... Nosso medo de ser condenado é tão grande que acabamos por cometer a burrada de fingir...

Ora, quem nunca escondeu algo que atire a primeira pedra!!!


Garotinha da Noite

sábado, 18 de dezembro de 2010

Conto- Rotina

São 2h00 da manhã. E eu caminho lentamente em direção ao mesmo bar de sempre. Com os mesmos bêbados de sempre, as mesmas prostitutas. Enfim, os mesmos condenados de sempre. E eu me sento na mesma mesa de sempre, com o mesmo uísque barato de sempre.
Não me leve a mal. Não é certo uma menina de 18 anos sair de casa de madrugada para beber. Mas quando não se tem alguém esperando por você, a noção de tempo, espaço e coisas apropriadas para a “sua idade” são perdidas. E naquele momento eu as estava mandando ao inferno.
Eu estava perdida em meus devaneios, preocupada com as contas a pagar e aquele chefe tarado filha da puta. Quando notei aqueles olhos.
O mundo parou... Só existiam aqueles olhos cinza e aquele sorriso de menino travesso caminhando na minha direção.
_Porque tão triste e sozinha minha pequena?
_Em primeiro lugar não sou “sua pequena”, na verdade sequer te conheço. E segundo isso simplesmente não é da sua conta!-Confesso às vezes minha boca tem vontade própria e eu acabo sendo rude, mesmo quando quero ser a mais doce das criaturas.
_Vejo que além de triste e sozinha também está enfezada - Disse-me ele ainda sorrindo_ Se você me acompanhasse eu poderia fazer você se sentir melhor.
_Você pensa mesmo que sou seduzível?
_Espero que sim! Vamos?- Ele me disse estendendo sua alva mão.
Meu instinto dizia para eu não me mover. Mas quando me dei por mim, estava saindo do mesmo bar de sempre com um estranho sorridente.
Chegamos a uma travessa escura- Aliás, como todas as travessas- onde havia um carro de luxo filmado, por sinal lindo, estacionado.
E lá estava “meu” estranho segurando a porta traseira para mim, como se eu fosse uma princesa. Sua princesa...
E mesmo sabendo que isso era errado e perigoso, entrei e me sentei. Crente que ele iria para o lugar do motorista. Mas não, ele se sentou ao meu lado ainda sorrindo.
Ele foi se aproximando cuidadosamente, e então eu vi... Aquele sorriso travesso se transformou em um esgar selvagem. E já era tarde demais para fugir.
Ele me segurou fortemente em seus braços, deixando meu pescoço exposto a sua loucura. De repente uma dor aguda, um flash de minha antiga e monótona vida.
Cada gole que ele sorvia sofregamente, era uma lágrima que escorria... Eu estava morrendo. E não havia nada que eu pudesse fazer.
Antes, morrer me parecia algo horrível... Mas eu estava enganada... A morte era doce, tranqüila e sedutora. Eu poderia passar a eternidade naquela doce entrega. Minha morte, sua vida. Uma troca injusta, mas ainda assim sublime.
_Minha pequena... Meu doce anjo. Você será minha pela eternidade... Apenas beba...
_Não- Eu sussurrei_ Deixe-me morrer em paz.
_Você não vai morrer hoje... Você não irá morrer nunca! Por favor, beba...
Não pude recusar àquele pedido sussurrante. E foi como se a vida voltasse a mim. Mas eu me sentia diferente, mais forte...Mais viva do que nunca...
São 2h00 da manhã. E eu caminho lentamente em direção ao mesmo bar de sempre. Com os mesmos bêbados de sempre, as mesmas prostitutas. Enfim, os mesmos condenados de sempre. E eu me sento na mesma mesa de sempre.
Logo notei aqueles olhos cinzas e aquele sorriso travesso em minha direção.
_Porque tão triste e sozinha minha pequena?
_É a vida! Estamos sempre sozinhos nessa cidade.
_Vejo que além de triste e sozinha está também amargurada- Disse-me ele ainda sorrindo- Se você me acompanhasse poderia fazer você se sentir melhor.
_Você pensa mesmo que sou seduzível?- Perguntei sorrindo.
_Espero que sim! Vamos?- Ele me disse estendendo sua alva mão.
Então eu o acompanhei. Dessa vez sem hesitações. Afinal... Eu era dele... Eu era sua pequena... E eu pertenceria a ele pela eternidade.
Meu pai... Meu irmão... E meu amante...


Fim



Escrevi esse conto já faz bastante tempo. Mas como ele até que está bom resolvi postá-lo^^


Garotinha da Noite