domingo, 2 de janeiro de 2011

Há em mim uma sede de vida quase inocente...
Uma necessidade de amar e ser amada. Que é quase diariamente sufocada pelo tumulto tempestivo e corrosivo que escondo em meu interior.

Enquanto por fora sou um poço de serenidade, calma e docilidade...
Por dentro estou gritando e chorando desesperadamente...
Quem é esse estranho?
Que povoa minha mente, habita meus sonhos e me corrói a razão...

Quem é esse estranho?
Que surgiu de repente na minha vida como se fosse um oásis no deserto, e eu a criança perdida em busca de um lugar para chamar de lar...

Quem é esse estranho?
Que as vezes sabe mais de mim do que eu mesma. Que conhece os meus medos e sabe como me fazer esquece-los...

Quem é esse estranho?
Que quebrou todas as minhas regras. Que destruiu minhas muralhas como se as mesmas fossem de brinquedo. Que desvendou meus segredos num piscar de olhos..

Quem é esse estranho?
E como ele conseguiu num simples olhar fazer meu coração bater mais rápido, minha respiração parar e minha mente voar longe?

Ah
Como quero esse estranho...


Garotinha da Noite

Não, eu não levo jeito pra poetisa...
Pra ser poeta é preciso não ter medo de sofrer por amor. É preciso não ter medo de amar. É preciso procurar nas coisas mais singelas, a inspiração certa para traduzir suas dores e desamores da forma mais bela...

Não, eu não levo jeito pra poetisa...
Pois antes mesmo de aprender a amar, aprendi a desconfiar. Poetas apesar da certeza da dor, se entregam de corpo e alma ao amor. E eu, não consigo confiar nem em mim mesma...

Não, eu não levo jeito pra poetisa...
Pois ao contrário dos poetas, não quero dividir meus sentimentos com o mundo. Sou tão egoísta que receio-me até de o fazê-lo com este papel. Poetas enviam ao mundo seu interior através de palavras...

Não, eu não levo jeito pra poetisa...
Pois não há amor em minhas palavras, e mesmo a dor que nelas estampo, não vem de desencontros e desilusões...

Não, eu não levo jeito pra poetisa...
Pois assim terei que admitir meus amores e desamores, encontros e desencontros, ilusões e desilusões... Por isso continuo a escrever...

Não, eu não levo jeito pra poetisa....


Garotinha da Noite
A noite se aproxima suave e implacável
Trazendo com ela a lembrança de seus olhos
O doce som da sua voz...

Toda noite é sempre a mesma coisa
Eu te sinto...
Eu te chamo...
E no fim estou sozinha


Garotinha da Noite